segunda-feira, 29 de maio de 2017

Mais de 1,8 mil crianças foram vítimas de acidentes de trabalho na Paraíba


Na Paraíba, nos últimos 10 anos (2007 a 2016) 1.899 crianças e adolescentes, na faixa etária entre cinco e 17 anos, foram vítimas de acidentes graves no trabalho. No país, Foram registrados (de 2007 a 2015) 20,7 mil casos graves de acidentes de trabalho envolvendo crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos, com 187 mortes e 518 vítimas de amputação de mão.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que 14,4% dos trabalhadores que atuam em atividades de alto risco no Brasil são adolescentes (entre 15 e 17 anos). É com base em dados preocupantes como os citados acima que o Ministério Público do Trabalho da Paraíba, lançará, terça-feira (30), a partir das 9h30, no Sítio São João, em Campina Grande, mais uma campanha contra a exploração do trabalho infantil.

Na Paraíba, a campanha nacional do MPT “#Chega de Trabalho Infantil” ganhou um tom mais regional. Foi adaptada para o São João, período de muitas festividades em parte do Nordeste e aumento da incidência de crianças trabalhando em eventos, nas ruas e mais sujeitas à exploração sexual. No ano passado, a campanha na Paraíba foi pioneira e este ano foi ampliada e replicada para vários Estados, com destaque das ações nas redes sociais.

Na primeira edição, em 2016, teve mais de 40 adesões, nomes como o cantor e compositor Gabriel Diniz; Santana, o Cantador; Luan Estilizado, Amazan, Capilé, Gitana Pimentel, poeta Francinaldo e outros artistas locais, além do jogador de futebol Hulk, jornalistas, apresentadores de TV, vários atores e atrizes globais, como Beth Mendes, Cristina Pereira e, ainda, autoridades nacionais do meio jurídico e do Ministério Público. Todos aderiram à campanha de forma voluntária.

A campanha foi idealizada pelo procurador do Trabalho Eduardo Varandas e foi estendida para outras cidades do interior do Estado, como Campina Grande e região, Patos, no Sertão e cidades vizinhas, com apoio do procurador Raulino Maracajá e das procuradoras Edlene Lins Felizardo e Marcela Asfóra.
  
Lançada primeiramente em Campinas, São Paulo, a campanha deste ano já conseguiu adesões como a da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, do cantor Daniel, além dos atletas Maurício e Hortência. Muitos artistas estão vestindo a camisa em apoio à ação, fazendo fotos e gravando vídeos para postar nas suas redes sociais, como o ator Wagner Moura; o youtuber Lucas, do canal LubaTV; o apresentador José Luiz Datena, a dupla sertaneja Matheus e Kauan; os cantores sertanejos Leonardo e Eduardo Costa; o cantor Sérgio Reis, além de várias outras personalidades nacionais, atletas e autoridades.

“A campanha é necessária para que a sociedade tome consciência da exploração precoce do trabalho e assuma sua responsabilidade no combate e na erradicação do trabalho infantil”, comentou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, que está coordenando a campanha em Campina Grande.

Voltada para o ambiente online, a campanha busca o engajamento dos internautas nas redes sociais, incentivando-os a postar a 'hashtag' “#ChegadeTrabalhoInfantil” em seus perfis como forma de apoio à causa contra o trabalho irregular de crianças e adolescentes. A campanha é apoiada pela Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância).


Portal Correio 

Um comentário:

  1. Eu apoio e divulgo, mas além da sociedade civil, das autoridades, artistas e atletas se engajarem no combate a tais práticas nocivas aos menores, os governantes principalmente devem criar e valorizar as políticas públicas com as condições necessárias para as crianças e adolescentes viverem com dignidade sem precisar se submeter ao trabalho infantil nem se expor aos abusos e explorações sexuais. O problema é bem mais complexo do que se imagina.

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